Fraude com precatórios lesa em R$ 20 milhões três prefeituras do Norte de MG
A Polícia Federal, Receita Federal e ministérios públicos Estadual e
Federal descobriram uma fraude de mais de R$ 20 milhões envolvendo
prefeituras do Norte de Minas Gerais em um esquema de precatórios
falsos.
Na mais nova modalidade de corrupção da região, prefeituras de três
cidades adquiriram de um empresário – velho conhecido da Polícia Federal
– precatórios sem valor com o intuito de descontá-los em forma de
compensação tributária. O problema é que os documentos eram “podres”. Na
prática, as prefeituras pagavam e não levavam. A maior fraude é em
Montes Claros. Sem pagar os servidores públicos desde outubro, a
administração do prefeito Luiz Tadeu Leite (PMDB) adquiriu, conforme as
autoridades, precatórios que valeriam R$ 15 milhões. Ele comprou os
títulos a R$ 6 milhões. A quadrilha tentou “esquentá-los” com documentos
da Receita Federal e do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
As prefeituras tentavam então descontá-los para quitar tributos, junto à
própria Receita Federal. Como as falsificações eram grosseiras, foram
descobertas. Desta maneira, o rombo ficou com os cofres públicos.
As autoridades envolvidas no caso investigam a participação de servidores públicos, incluindo o prefeito Luiz Tadeu Leite.
O esquema montado no Norte de Minas atingiu, além de Montes Claros,
Pirapora e Janaúba. O objetivo da divulgação da investigação é o de
coibir o aumento da prática em prefeituras cujos gestores tomarão posse
em janeiro. A ação deve ter desdobramentos.
Reincidente
A empresa que vendia os precatórios falsos é conhecida da Polícia
Federal. O dono, Mateus Roberte Cárias, chegou a ser preso na operação
“Camaro”, em abril deste ano, por aplicar golpe semelhante. Na ocasião, a
fraude foi aplicada em 98 prefeituras de todo o país, incluindo 24 em
Minas. A maior parte estava localizada no Espírito Santo, centro da
quadrilha.
A Polícia Federal chegou à conclusão de que os envolvidos haviam
lucrado R$ 40 milhões. Devido ao estilo de vida dos acusados, que
costumam utilizar carros de luxo e imóveis em regiões nobres, a operação
foi apelidada de “Camaro”. Cárias foi solto, montou nova empresa e
passou a assessorar municípios no Norte de Minas.
As investigações sobre o esquema continuam no Estado. O dinheiro que
foi extraviado dos municípios e os autores da fraude devem ser
responsabilizados em ações a serem propostas.
Fonte: www.hojeemdia.com.br
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